sábado, março 12, 2011

sempre as horas...

Olha só, que coisa boa. Depois de mais uma porrada de tempo estou aqui de novo.
Eu acho que descobri o porquê de eu quase nunca escrever aqui... É pra ter o que falar. Ou não também. Falta de tempo, atenção e dedicação também podem ser ótimos motivos.

A verdade é que eu passei nos últimos meses por uma montanha russa de coisas boas e ruins. O lado bom - que talvez a minha amiga Tati, lá do Rio de Janeiro, chamaria de um otimismo exagerado de minha parte, porque as pessoas tem que ser pessimistas - é que eu tirei só coisas boas disso tudo. Ou pelo menos eu gosto mesmo de pensar assim. Sou muito a favor daquela máxima que diz que a gente pode aproveitar qualquer situação, por pior que elas possam parecer.

Não vou me estender, até porque a única pessoa que lê meu blog eu nem mesmo conheço.

EM OUTROS TONS

Sabe o que é você ver um amor mudar de cor? Literalmente mudar de cor. O amor continuava ali, vivo, forte, firme, mas estava diferente, mais opaco. O amor estava ali, mas o relacionamento não. Por um tempo eu tentei ao máximo fazer o relacionamento durar, mas não deu muito certo. Mas foi lindo tudo. Enquanto durou, mesmo com as coisas ruins, foi muito bom. Era ótimo estar com alguém que me admirava do jeito que eu sou, que me entendia. Tinhamos lá nossas diferenças, mas meus finais de semana eram tão melhores! Acho também que nós dois não tivemos maturidade para lidar com um relacionamento. Não agora. Eu, e só posso falar por mim, por ter ficado fechado por 4 anos e não me permitir amar e por causa de meus traumas. Acho que traumas são uma grande merda da vida. Ou eu que não tenho bolas o suficiente de me deixar ferir. Não sei. É estranho falar disso.

UM NOVO DESAFIO

Esse ano eu comecei o its Séries de maneira diferente. Ao contrário do que fizemos no ano passado, que funcionava bem até, eu resolvi inovar. Dessa vez, eu escrevi sozinho os 13 roteiros que será a nossa terceira temporada, tudo antes mesmo de começarem as gravações. A ideia era uma produção em menos tempo, com menos atores (no final do ano passado eu tinha 25 atores e 15 tramas diferentes) e com muito mais profundidade. E não é que deu certo? Foi corrido, foi tenso, mas foi um processo delicioso que me ajudou a reforçar a ideia de que quero mesmo isso que eu faço, que ser roteirista é pra mim e que criar esse mundo do its é uma delícia! Além disso, agora temos só atores feras! Um processo seletivo bem mais forte foi feito e conseguimos uma qualidade que até então tinhamos em pequenos pontos, em alguns momentos dentro da série. Maior orgulho ver o primeiro episódio e pensar: "que foda essa galera".
E eles são foda fora das telas também. Descobri ali amizades incríveis e talentos especialíssimos com os quais estou tendo o orgulho de construir uma história.
Esse vai ser nosso ano! Fato!

UMA NOVA PAIXÃO ANTIGA
Esse ano também estou revivendo uma paixão antiga, que existe desde 2006. Mariana. Meu filme inspirado por e para a minha amiga carioca Luciana Paes. Desde que a conheci, ela foi minha musa inspiradora para esse personagem e gerou um roteiro que eu jamais imaginei que pudesse escrever. E de lá pra cá a coisa só aumentou. Já tentei inumeras vezes fazer esse filme sair do papel, e agora vai. Agora vai porque mais do que nunca encontrei a pessoa perfeita para fazer o papel da perdida e transtornada Mariana: a atriz Giseli Balestreri. Minha admiração pela Giseli se deu logo no teste de elenco dela. Ali eu já sabia que vinha coisa boa. Só melhorou com a nossa aproximação e com a semelhança dela com a Luciana. Parece que escrevi pra elas duas. Não poderia ser maior a sincronia. E agora vai, agora sai.
Hoje ainda escrevi o 6o tratamento de Mariana. O primeiro em 5 anos. Que foi uma mudança significativa, apesar de não muito grande. Detalhes de uma conversa que tive com a Gi que me fizeram borbulhar a mente.
Eu sempre disse e volto a dizer, por mais arriscado que seja: Mariana será o filme que vai me definir como diretor e roteirista. É o filme que eu tenho certeza, as pessoas vão ver e dizer: é isso que você tem que fazer.
Ali tem todo meu amor, dedicação e sentimento. Nunca coloquei tanto coração num roteiro quanto aquele. E olha que eu amo meus roteiros do its e os faço com tanto amor quanto... Mas, bom, Mariana tem 5 anos. Daqui a pouco tá indo pra escolinha se eu não fizer logo! (rs).
Engraçado notar como esse filme tem muito de As Horas. Não sei. Pra mim tem.

Ah... É isso.
Sei lá.
Falo mais depois.

sábado, setembro 18, 2010

tudo vale muito a pena

Eu acho que eu sinceramente passo como uma pessoa chata e repetitiva quando eu falo do its, mas é bem impossível não falar do que hoje toma a maior parte da minha vida. E ao contrário do que possa parecer, eu amo isso!

O que facilita e deixa a coisa ainda maior são as pessoas com quem eu trabalho e a escola que meu programa tem sido. A cada dia eu percebo que ainda tenho milhões de coisas pra aprender e melhorar, mas que dia após dia eu tenho crescido e tocado mais as pessoas com o resultado de meu trabalho.

Trabalhar com atores é também a coisa mais deliciosa que existe no mundo. Bom, pelo menos é pra mim. Para quem sempre gostou de lidar com pessoas, ter a oportunidade de liderar pessoas é quase um presente. E não digo isso porque "mando" neles. Eu não "mando" em ninguém. Eu COMANDO. E é aí que está a diferença. A diferença entre MANDAR e COMANDAR está em como as coisas são feitas. Quem MANDA simplesmente ordena que execute, quase que automaticamente, em termos quase industriais. Quem COMANDA tem a noção de que é necessário o outro para que algo seja realizado e que tudo é resultado de um trabalho em equipe - meu trabalho só funciona se o do outro funcionar e consequentemente o dele só vai funcionar se o meu funcionar. E eu acho, sinceramente, que essa é uma das minhas maiores qualidades: saber comandar e respeitar o trabalho do ator.

Mesmo antes de trabalhar com TV, e conforme eu fui conhecendo atores ao longo da minha vida, eu fui desenvolvendo um respeito enorme pelo trabalho do ator. E eu acho que é por isso que me apaixono por eles - no sentido "neutro". Me apaixono por atores pelo amor que eles tem em fazer o que estão fazendo. Por ver o quanto aquilo os satisfaz e os faz feliz. Eu sou meio que contaminado por esse sentimento e isso me dá um gás ainda maior para melhorar.

Hoje, quando escrevo meus roteiros, eu escrevo com a mesma paixão porque eu os imagino empolgadíssimos fazendo cada cena de escrevi, por mais curtas que elas possam ser. E isso torna tudo tão mais fácil. Viu? É o que eu disse sobre COMANDAR... Ver que eu melhoro os empolga, ve-los empolgados me faz melhorar e assim vai sendo uma escala muito massa que vai ajudando o todo. E isso é tão animal!

Espero continuar fazendo isso por muito tempo e realizar o sonho de muita gente. Um dia ainda vou ser um grande preparador de atores, diretor e roteirista. Vocês vão ver...

sábado, agosto 28, 2010

umidade avançada

O titulo deste post tem a ver com um trocadilho ridículo que meu pai fez uma vez quando eu tinha dez anos de idade e não sei porque ficou na minha mente. Um'idade avançada = uma idade avançada. Tosco, sei, mas pertinente.

Eu nunca tive grandes problemas com questão da idade. Acho que nunca parei para pensar em como eu vou estar em alguns anos ou se envelhecer é ruim.

Eu nunca pensei até pouco tempo.

Estou prestes a fazer 28 anos - aliás, já é amanhã! - e só agora que eu comecei a me tocar que estou perto dos trinta. Não acho que trinta seja uma idade horrível ou que eu vá parecer o Russo da Xuxa, mas eu comecei a me preocupar com algumas coisas. Principalmente com minha saúde e minha imagem. Porque é agora que as coisas começam a ficar mais difíceis e levemente irreversiveis, não é verdade.

Dizem que a imagem que você tem aos trinta é mais ou menos a imagem que vai definir o resto dos seus anos. Espera aí então porque eu não quero ser um velho barrigudo e feio. Sinceramente, this doesn't work for me...

Eu me olho hoje no espelho e tento aquela autoimagem horrível e não consigo nem ficar olhando muito. Barriga sucks big time! Só que eu hoje não olho pra minha barriga e penso "ah, uma barriga" eu penso "puts, velho, tem gordura no meio das minhas vísceras e isso não é muito bom". E está mais do que na hora de tomar uma atitude. Só que eu sempre digo isso. Eu sempre acho que tá mais do que na hora de tomar uma atitude e nunca tomo. Eu vou pra academia. Beleza. Só que em três meses, do nada, meu trabalho começa a ser tããão mais importante e inadiável do que ir pra academia e eu desanimo. Ai todo o trabalho vai pro lixo.
Eu devo ter começado academia umas sete vezes na vida. A vez que mais fiquei foi quando durei 1 ano e meio diretaço, sem parar. Acredita? Eu tava super bem. Lindinho, braçudinho, mas a porra da pança tava lá. E ela meio que sempre me perseguiu. Eu cheguei a fazer lipo uma vez e essa puta que pariu tava aqui ainda. Não sei, eu devo ser talvez uma aberração genética em que os cromossomos K e os cromossomos G se juntaram e multiplicaram me dando vááários KGs acima do normal.

Badantz... Tzzz!
(som de bateria para piada ruim).


E o pior é que no mundo gay tudo é maior. 30 anos em gay years é tipo ansião. 90kg em gay kilos é tipo obeso mórbido em fase terminal. Eu sou basicamente um bagaço ambulante então, né? Ainda bem que meu namorado é meio banzo e acredito que tenha uns graus de miopia, senão eu tava ferrado.


Enfim, com a idade chegando eu comecei a me preocupar com essas coisas e agora, de fato, acho que tá mais do que na hora de tomar vergonha na cara e fazer alguma coisa, porque ninguém vai lá na academia pra emagrecer pra mim, né não?

Pelo menos o fato de ser "alguém na vida" eu superei. Eu sou alguém. Isso conta um pouco... not in gay terms.

quinta-feira, agosto 26, 2010

"I know the book is tough, but I liked it".

Como eu me divirto escrevendo meu livro! É sério. Um sentimento gostoso de aproximação e de realização toma conta de mim toda vez que eu escrevo uma nova página... digo, a cada parágrafo.
Não sei, parece que meus personagens tomam vida em frente a mim e eu me apaixono cada vez mais por eles. E pior é que eu já os conheço. São nomes e cidades diferentes, mas em essência eles são os mesmos. E eu estou me acostumando a escrever em terceira pessoa. É lindo! Poder expressar tudo o que está acontecendo, o que todos estão sentindo e até mesmo deixar um pouco do background de cara personagem é tão satisfatório. Eu adoro.

Tô me sentindo um idiotinha, porque eu quero sair do trabalho, correr pra casa, sentar na cama e ficar ali digitando, digitando, digitando.

E sempre cumprindo a minha meta de uma hora por dia. Uma hora é o suficiente. Me deixa animado sem me tirar ou sem me dar sono.

Amo meu processo criativo. E hoje além do livro tem o roteiro do its Séries pra escrever. Eu deveria mesmo ser escritor.

segunda-feira, agosto 23, 2010

livros pra quem lê

"Oi, como vai você?".
Eu comecei a escrever de novo. Fazia mais de um ano que eu não tocava nos meus textos. E não estou falando dos textos do meu blog, que parecem também ter reavivado, mas do meu livro mesmo.

Que livro Phil?
Vou explicar.

Em 1999 quando eu era apenas um piá de bosta, comecei a escrever histórias sobre um garoto de 15 anos de idade que se descobria homossexual quando estava na melhor fase de seu namoro com uma menina. Ia rolar a primeira vez deles e tudo mais, quando ele só conseguiu se excitar quando imaginou a situação toda acontecendo com um cara que ele tinha conhecido. Esse foi o começo da série "Bent". No começo ela tinha o nome escrotíssimo de "Sexo, Amor, Confusões e Outros" (S.A.C.O. ¬¬) , que comecei a publicar num site horrível que eu tinha com alguns outros contos meus - contos eróticos envolvendo os membros da boyband Backstreet Boys. Sim, eu era desse tipinho mesmo. Comecei com uma histórinha, depois mais uma, depois outra, quando eu vi, eu estava com mais de 35 mil leitores e mais de 30 contos ou capítulos dessa história muito louca, que envolvia questões como a auto-aceitação, a aceitação dos amigos, dos pais, como se abrir para os outros, o primeiro relacionamento, primera vez, paixão por um cara hétero, entre diversos outros assuntos. A série foi muito divertida de fazer e inclusive me rendeu um relacionamento e várias amizades que mantenho até hoje.

Quando foi 2003 eu dei início a uma outra que seria a Segunda Temporada dessa primeira, agora com meu personagem principal mais velho, na faculdade, vivendo outros problemas e outras situações. Nesse mesmo ano, mudei o nome da história para Bent por conta da música do Matchbox 20, que eu tanto gostava. E pior é que veio a calhar... Além de "torto", Bent significa "gay". Acredita?

Desde 2002 eu tinha o projeto de lançar um livro sobre essa série. Primeiro porque eu acho que é uma temática que tem muito a ver comigo mesmo e que eu vi, quando tinha o site, muita gente se identificava. Acho que as pessoas precisam desse tipo de literatura, até para encontrar um certo conforto. Um conforto que eu não tive quando cresci. Eu me descobri sozinho, devagar, quando me apaixonei por um professor de inglês.

No início eu não aceitava isso. Não aceitava a idéia de estar gostando de um homem. E pra mim faltou esse suporte, de saber que eu não era o único. Eu sofria com aquilo. Por mais que fosse óbvio, era dolorido. Sabe aquele lance de pressão da sociedade? É verdade! Ainda mais que eu cresci numa cidadezinha de merda, com só 18 mil habitantes, onde eu sou praticamente uma celebridade por conta dos negócios de meu pai, onde todo os olhos estão em cada movimento meu. Foi foda!Quando me abri para duas amigas e depois para minha mãe, a coisa começou a ficar levemente mais fácil, até a hora que eu comecei a buscar a minha aceitação nos outros. Aí contava pra todo mundo que eu achava que fosse mais ou menos simpático, sempre fazendo um drama, dizendo que eu tinha um "problema" e que eu precisava que eles me aceitassem. Na verdade, era eu quem precisava disso! E eu nunca tive ninguém pra colocar a mão no meu ombro e dizer: ei, você não é o único, isso é normal e tudo vai se encaixar eventualmente.

Ver que meus textos estavam dando este tipo de apoio a outros jovens como eu, me fez um bem incrível. E é isso que eu quero com meu livro. Quero que a história do meu menino seja um consolo e um apoio para todos esses que estão ali se descobrindo, ou experimentando, vai saber? E é muito gostoso estar fazendo isso de novo depois de muito tempo. Organizar esses contos em forma de livro está sendo um exercício delicioso, lento e prazeroso que eu to tentando. E graças, especialmente, a um amigo meu que pega tanto no meu pé! Mesmo eu tendo planos disso a tanto tempo, o Lucas me enche a paciência e é capaz de eu fazer ainda uma dedicatória pra ela. Por mais pentelho que ele seja, eu sei que o faz pelo valor do que eu escrevi. Porque realmente é uma coisa legal de se ler. Personagens cativantes, histórias interessantes, uma mensagem marcante... Acho que pode ser uma coisa legal. O mais difícil é fugir do que ue já tinha feito, com a trama se passando nos Estados Unidos, com nomes todos americanos. Que que eu posso fazer? Eu era um piá de bosta, não era? Pra mim tudo que vinha de fora era lindo. E acho que fiz a história lá sob a idéia de que lá nos States a aceitação da homossexualidade fosse mais fácil. Nem sei se é, mas eu achava que sim.

Enfim, tem coisa vindo por aí. Não vou fazer promessas, porque eu nunca sou muito bom com elas. Mas tudo bem. Eu vou tentar. E quando sair, eu juro que mostro pra quem quiser ver.

vloggers

Virou mania se tornar um Vlogger.

Hoje qualquer um pega sua webcam, grava qualquer bobagem e lança no Youtube esperando que alguém veja e os ache feliz. Alguns são bem oportunistas mesmo - e iludidos - achando que vão ser "descobertos" por alguém, só porque já aconteceu com uns e outros. Também a fórmula é bem simples: basta você gravar um vídeo falando mal de alguém, colocar um corte a cada uma ou duas palavras que você disser, de vez em quando botar um vídeo em preto e branco de você falando cm você mesmo mas com uma cara ou voz diferente, talvez usando um par de óculos, e pronto. Não precisa nem cozinhar e em cinco minutos - tirando o tempo de uplado e reconhecimento do seu vídeo no Youtube - você é um babaca instantâneo.

Só que todo mundo acha que é só isso e pronto, sucesso garantido. Não é bem assim. As pessoas além de simplesmente sair falando qualquer coisinha, tem que ter alguns pre-requisitos. Ser bonito é uma delas. Ser articulado é outra. E ser carismático é ainda outra maior. Por que você acha que o PC e o Felipe Neto fazem tanto sucesso? São bonitos, são inteligentes e carismáticos. Não importa se você não gosta deles, é só olhar: você vai ver que tem alguma coisa ali que te chama atenção. Pode ser o olho torto do PC, a Lola, ou os palavrões (boring!) do Felipe Neto. Tem alguma coisa que chama atenção. E essa alguma coisa chama-se Carisma.

Portanto, não pense em ser um Novo Vlogger - versão virtual pobre de Novo Rico. A MTV não vai na sua casa pedir pra você gravar um vídeo pra ela e não é porque você tá falando mal do Fiuk que você vai pro VMB. Não. Saiba o que está falando e sobretudo use fontes sólidas, pesquise. Ou pelo menos vai ser bonito e seja carismático pra ser um babaca vloggeiro.

Mas confesso que eu mesmo já pensei em ser um desses babacas. Não porque eu queira ser famoso, vamos combinar. Mas porque é um pouco mais fácil falar essas aleatoriedades todas que eu falo por aqui em voz e não em texto. É mais prático pelo menos. Só que eu acho que eu ia virar uma espécie de PC Siqueira que fala mil coisas quase sem sentido ou conexão. Só não sei se tão "fofo" ou tão divertido. Se bem que eu sei ser um pouco divertido. O problema é lidar com minha imagem.

É, eu tenho certo problema com auto-imagem. Ao mesmo tempo que eu acho que eu sou um cara não-feio, eu não acho que ue seja material para vídeo. O vídeo não gosta de mim. Tanto que quando eu faço claquete para o meu programa its Séries eu fico traumatizado antes mesmo de ver o resultado porque eu sei que vou ver o gordinho feliz ali falando "cena tal, plano tal, take tal". Pra você ter uma idéia da gravidade, eu não consigo, por exemplo, gravar em lugares que tenham espelhos. Eu me sinto um Ogro, na real. Me tira a concentração, eu começo a ficar inquieto, porque ter que ver aquele cara do espelho me olhando não é muito legal. Se não consigo ficar a vontade nem com meu namorado me olhando, imagina com um não-feio esquisitinho de cabeça grande e fazendo as mesmas coisas que eu? Nem comer eu consigo em lugares com espelho. Se bem que não consigo também em lugares que tenham uma TV, mas por motivos diferentes. Comer com TV é muito mais fácil. E isso não tem nada a ver com Vloggers. Ou até tem. Eu não conseguiria ser um porque teria que me editar e isso significa me ver e isso significa mil coisas que só Freud explicaria.

doces...

Doce é foda. Diria até que é um mal. Mas é um mal necessário, tipo Internet, celular e sexo - p.s.: sexo não é um mal.
Tava eu aqui jantando, comendo alguma coisa dessas superdivertidas tipo pão com queijo e requeijão no meu George Formann Grill, e depois um filé de alguma coisa que tava na geladeira, quando eu percebi uma coisa: não tinha doce. E quando não tem doce na geladeira, não tem doce no mundo, parece. Você procura pra cima e pra baixo e é sempre frustrante porque a primeira coisa que você acha é Nescau ou Toddy. Até pensei em colocar uma colher de Toddy na boca, que de fato ajuda, mas deu preguiça. Aí eu vi ali um potinho de Capuccino desses instantâneos. Geralmente Capuccinos matam minha vontade de doce. Bom, mas acho que tem que ser com leite, porque seguir aquela porra de "modo de preparo" que diz que tem que ser com água não funcionou nada. Eu saboreei uma água com gostinho de Capuccino instantâneo bem distante. Até Sucrilhos essa hora ajuda mais.

E eu fico meio pirando, sabe? Porque se torna quase uma necessidade. Nem suco, nem Coca, nem nada ajuda. Tem que ser doce. Eu vi até um pouco de leite condensado, mas leite condensado não é doce... Leite condensado é matéria prima para doce, o que implica em fazer o doce, o que implica em misturar coisas e sujar louça que eu vou ter que limpar, o que implica em... Ah, melhor ficar sem doce.

Aí a minha mãe disse "ainda tem bombom do meu aniversário". Sério, minha mãe é ninja. Ela tinha bombom de 20 dias atrás guardado no quarto dela. Eu ganhei 4 Kit Kats do meu irmão e comi tudo no mesmo dia... Tenho inveja de quem consegue.
Enfim, comi o tal do bombom. Não fez nem fum, nem fá. E aí? O que eu faço? Fico aqui salivando, porque no fundo no fundo, por mais que eu queira doce agora, eu meio que não posso porque isso me qualifica como um gordo. E gordos não tem direito de comer mais doces.
Doce é foda.